terça-feira, 31 de agosto de 2010

A Vitória de Churchill, de Michael Dobbs


Antes de qualquer coisa, gostaria de me desculpar por esses quase quatro meses de inatividade. "Por incrível que pareça", eles acabaram por coincidir com os quatro meses do semestre, que ainda não acabou, mas que chega próximo ao seu fim.

A própria leitura desse livro foi meio que um desafio à quantidade de estudo que necessitava. Peguei quatro ou cinco noite e fui até umas duas da manhã. Isso é mostra da qualidade do livro, porque quando é porcaria, durmo de babae em cima.

A história do livro é, inclusive, bem interessante. Comprei num impulso, quando passeando no Pier 21, quando vi um livro com título interessante por R$9,90. (Aquela loja de lá deve ser o lugar com os melhores descontos do mundo, afinal, quem vai no Pier pra comprar livros?). O livro ficou jogado por algum tempo em um canto, até que comecei a lê-lo.

E do primeiro capítulo para o segundo foi coisa de um mês. Mas do segundo para o último, coisa de quatro ou cinco dias.

Entrando no mérito do livro mesmo, cabe antes dizer quem é o autor. Michael Dobbs foi acessor da Primeira-Ministra Margaret Thatcher, e usa isso para reforçar (sim, como num argumento de autoridade) o fato de que conhece a Downing Street 10. Mais do que a orelha do livro pode mostrar, foi o posfácio da obra que mais me alertou sobre o autor. E foi um alerta bastante positivo.

Numa "exposição de motivos" do livro, Dobbs coloca a literatura, e, em local destacado, o romance, como um veículo viável para a propagação e, por que não, escrita da história. Foi isso que tentou fazer com "A Vitória de Churchill".

A estória, com grande base na História, mistura momentos de ficção com realidade e, vez por outra, uma faceta de "realidade provável", um passado que não foi documentado, mas que, por meio da imaginação literária, vem a tona.

Assim, misturam-se os 8 dias que envolveram a Conferência de Yalta, na Criméia Russa, com a ficcional história de Marian Nowak, conde polonês travestido de encanador para escapar ao regime stalinista.

Início e fim do livro se dão no Christina, barco de Ari Onassis, amigo de Churchill no fim da vida. Numa das viagens que faz a bordo com o filho, Randolph, que leva o nome do avô, é mostrado o caráter de Churchill em relação ao filho e o ficcional relacionamento daquele com o polonês já citado.

Temos uma excelente narrativa da conferência que marcou, mais que o fim da Segunda Guerra Mundial no Ocidente, a criação das Nações Unidas e a retalhação da Polônia no fim da Guerra.

Surgem, portanto, como personagens secundários o presidente americano Franklin Roosevelt e o ditador soviético Stalin, os outros três vértices da chamada "Santíssima Trindade".

Entretanto, tão coadjuvantes quanto estes aparecem Eden, ministro de Negócios Exteriores britânico, quanto Sawyers, criado de Churchill à época, além da filha deste, Sara.

Não podemos deixar de levar em conta as diversas intervenções ficcionais da história de Piorun, cidade dos Nowak, que fora atacada e destruída pelos Alemães da Wehrmacht e posteriormente pisoteada pelo Exército Vermelho.

Temos, com "A Vitória de Churchill", um excelente relato da personalidade da grande figura de Winston Churchill, assim como uma ótima reportagem à Conferência de Yalta (com suas mostras de impotência britânica e fragilidade de Roosevelt), além de uma msotra ficcional do que era ser polonês ao fim da Segunda Guerra Mundial.

Nota 9 ao livro, que tem aquela grande qualidade de ser envolvente, nos prendendo à história depois que adquire ritmo.

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