quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Preciso de férias

Sabe o que me deixa inquieto? É ver que continuarão com o mesmo discurso, mas continuarão sua vida sem que ele interfira em nada. Serão políticos, servidores públicos e, pasme!, até mesmo advogados. Os mais engajados serão professores de sua fé.

Usarão a dogmática como poucos. Quem sabe até mesmo alguns sejam doutrinadores! Eles sabem que são das melhores cabeças pensantes. Desprezam a Universidade e o curso de Direito que temos hoje, mas serão dos operadores (sim, operadores) mais brilhantes.

Pregam respeito, igualdade e solidariedade (e há espaço para outra fé?). Advogam um fluxo comunicativo perfeito. Defendem até mesmo a... Revolução(?). Não enxergam (ou será que são cientes de sua hipocrisia?) que passam uma vida inteira apenas no discurso, um discurso que comove e envolve, mas, que por si só, não age.

Os ídolos envergonha-se-iam. Mas sempre encontrarão espaço na Universidade que tanto criticam, uma Universidade estéril, hermética e auto-reflexiva, ausente da realidade.

Apesar de tudo, são das pessoas mais fascinantes que se encontra na vida. É por elas que nos apaixonamos, que nos ligamos por laços de amizade. São eles os admirados. É deles a vida que todos acompanham. São das melhores cabeças. E isso sempre deixa a dúvida de se alcançaram ou não o impossível do discurso.


Preciso de férias pois preciso de um descanso deles. Preciso me alimentar do cotidiano sem pretensões. De uma bateria de kart. De piadas sujas sem medo da patrulha. De planejamentos estratégicos pessoais a longo prazo. De pessoas que não esperam de mim a Revolução, mas apenas um bom abraço e uma caminhada pela praia. De começar mais uma (algumas) faceta(s) do cubo que me mostro.

Preciso de tempo para descobrir o que quero. "Acho que não sei quem sou/Só sei do que não gosto". O que quero não está na Universidade, isso já é sabido. Meu receio é de que não esteja em lugar algum.